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segunda-feira, 7 de junho de 2010

De repente você cansa.




Cansa das músicas que sempre ouviu, das pessoas que te cercam, das roupas no armário, das ruas em que anda.

Cansa do jeito que penteia o cabelo, do jeito que levanta da cama todos os dias e das palavras que escolhe para não dizer o que realmente gostaria de dizer.

Cansa de procurar beleza onde beleza não há e até mesmo de desculpar.

Cansa de tentar fazer os outros enxergarem que seus pesadelos são apenas uma ponte rumo ao nada e não uma encruzilhada.

Cansa de ofertar o verão que queima nos olhos e de ostentar indiferença e cansa, sobretudo, de tentar fazer a diferença.

Cansa de tentar fazer o certo o tempo todo e de se perdoar quando faz o errado.

Cansa pelo drama do amigo distante, cansa pelas lamentações do amigo ao lado.

E por mais que você corte o cabelo, compre roupas novas, faça uma viagem, leia sobre assuntos inimagináveis, transe debaixo de uma ponte, faça uma tatuagem, coloque um piercing, delete amigos do seu Facebook, Twitter, Orkut e do seu convívio social, esse cansaço não passa.

Porque no fundo você não está cansado do mundo, mas da maneira como reage a ele.

Da maneira como reage a uma pedrada, a uma flor, a um menino de rua, a ausência da lua em suas noites cheias.

Não é difícil aceitar as pessoas como elas são, difícil é mudar a maneira como reagimos a elas.

Não é aceitar a vida como ela é que cansa, mas sim a dança que fazemos para nos esquivar de tudo aquilo que não entendemos ou sentimos medo.

Sei não, mas talvez o poeta tenha razão quando diz que ‘o que cansa, mesmo, é a insegurança’...

Porque só repete o mesmo padrão de comportamento/emoção, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, quem precisa da pseudo-segurança que ‘o habitual’ carrega no ventre.

Ultimamente tenho optado pela mudança. Não a mudança que alcança os olhos, como um corte de cabelo, mas a mudança que me faz dormir contente por ter agido diferente.

Ela cansa tanto quanto, mas pelo menos me faz sentir que estou viva e não apenas vivendo os dias.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Fora da Casinha


Você está fora da casinha quando sabe o que tem que ser feito e mesmo assim não consegue fazer.

Quando quer ler e não consegue se concentrar, mas por ser viciado em leitura acaba optando por futilidades - o que depois faz com que você se sinta estúpido por estar perdendo tempo com bobagens.

Está fora da casinha quando compra inúmeras roupas e acessórios fashions mas não sente vontade de badalar, preferindo o bom e velho sofá todas as noites.

Quando bebe sem estar com vontade, somente para lembrar o que não consegue esquecer. Quando escreve e apaga o mesmo texto todos os dias - um trabalho mais inútil que o tear de Penélope.

Quando seu Ipod não tem uma única música que traduza o que está sentindo. Quando espera algo que não devia. Quando se dá conta de que a lua mudou de formato e você nem percebeu.

Você está fora da casinha quando está cercado de pessoas bacanas e mesmo assim gostaria que outras pessoas estivessem por perto. Quando não tem vontade de contar o que sente a ninguém, mas ao mesmo tempo precisa desesperadamente de um colo.

Está fora da casinha quando quer fumar um maço de Marlboro Light mas mastiga chiclete de nicotina. Quando muda a cor do esmalte todos os dias porque nenhuma, afinal, está refletindo seu estado de espírito.

Quando está trabalhando num projeto bacanérrimo e mesmo assim queria estar fazendo outra coisa, como, por exemplo, estar trabalhando com moda.

Está fora da casinha quando não sabe se volta para a terapia ou continua no yôga.

Quando sente saudade da família, mas não tem tempo para visitá-la. Quando é obrigado a ser gentil com alguém que no fundo você queria mandar para a puta que pariu.

Você está fora da casinha quando luta contra sua própria natureza e dia após dia se esforça para ser diferente do que realmente é : passional, mimada, ansiosa, caprichosa, escandalosa.

É isso! Estou fora da casinha.





(Mônica Montone)

sábado, 26 de dezembro de 2009

De repente você cansa.

De repente você cansa.

Cansa das músicas que sempre ouviu, das pessoas que te cercam, das roupas no armário, das ruas em que anda.

Cansa do jeito que penteia o cabelo, do jeito que levanta da cama todos os dias e das palavras que escolhe para não dizer o que realmente gostaria de dizer.

Cansa de procurar beleza onde beleza não há e até mesmo de desculpar.

Cansa de tentar fazer os outros enxergarem que seus pesadelos são apenas uma ponte rumo ao nada e não uma encruzilhada.

Cansa de ofertar o verão que queima nos olhos e de ostentar indiferença e cansa, sobretudo, de tentar fazer a diferença.

Cansa de tentar fazer o certo o tempo todo e de se perdoar quando faz o errado.

Cansa pelo drama do amigo distante, cansa pelas lamentações do amigo ao lado.

E por mais que você corte o cabelo, compre roupas novas, faça uma viagem, leia sobre assuntos inimagináveis, transe debaixo de uma ponte, faça uma tatuagem, coloque um piercing, delete amigos do seu Facebook, Twitter, Orkut e do seu convívio social, esse cansaço não passa.

Porque no fundo você não está cansado do mundo, mas da maneira como reage a ele.

Da maneira como reage a uma pedrada, a uma flor, a um menino de rua, a ausência da lua em suas noites cheias.

Não é difícil aceitar as pessoas como elas são, difícil é mudar a maneira como reagimos a elas.

Não é aceitar a vida como ela é que cansa, mas sim a dança que fazemos para nos esquivar de tudo aquilo que não entendemos ou sentimos medo.

Sei não, mas talvez o poeta tenha razão quando diz que ‘o que cansa, mesmo, é a insegurança’...

Porque só repete o mesmo padrão de comportamento/emoção, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, quem precisa da pseudo-segurança que ‘o habitual’ carrega no ventre.

Ultimamente tenho optado pela mudança. Não a mudança que alcança os olhos, como um corte de cabelo, mas a mudança que me faz dormir contente por ter agido diferente.

Ela cansa tanto quanto, mas pelo menos me faz sentir que estou viva e não apenas vivendo os dias.

cine Paradiso

  • Amelie Poulain