Pages

sábado, 1 de agosto de 2009

Carta entre amigos

"...o discurso religioso mal aplicado, pode ser tão nocivo quanto o discurso desumano dos assassinos.
...absurdos sobre Deus, quando pessoas movidas por boas intenções resolvem explicar as fatalidades do mundo, frases simplórias e descompromometidas com a verdade não resolvem; ao contrário agravam ainda mais o sofrimento porque gerem orfandade, descrença e abandono.

"Para entender o coração e a mente de uma pessoa não olhe para o que ela já tem, mas para o que ela aspira." (Khalil Gibran)

Zygmunt Bauman...nos diz que boa parte das neuroses humanas contemporâneas nasce justamente da fragilidade dos laços humanos.
Estamos cada vez mais inaptos,para vínculos duradouros.O que prevalece é o desejo incontido de paixões avassaladoras, sentimentos a flor da pele novidades constantes. É nesse emaranhado de encontros e desencontros, de chegadas e partidas que o amor mostra sua face.
É curioso mas também me perco na tentativa de estabelecer os limites conceituais entre o amor e a paixão.Tenho por intuição que nisso mora a diferença , a paixão sobrevive de pressas; o amor, de demoras. A paixão é fogo alimentado pelo alcool.Queima rápido.O amor parece ser fogo a lenha.Tem ritmo diferenciado.
As relações humanas precisam voltar a serem artesanais.A revolução industrial nos legou a produção em série.Levamos a sério esse aprendizado.Deixamos de ser artesanais em quase todos os aspectos da vida.Tenho saudade dos velhos teares onde a trama das linhas nos presenteava com resultados surpreendentes.
A trama final nascia de mãos afeitas a trabalhos de minúcias.
O amor é o maior de todos os artesanatos.
Não amamos da noite para o dia amor é construção que requer empenho, assim como a trama dos teares requer demora na escolha das linhas das cores.
A paixão não costuma ter planos para o futuro é pragmática.Já os amorosos não se limitam ao tempo presente, mas estabelecem metas que possam durar a vida inteira..."

Nenhum comentário:

cine Paradiso

  • Amelie Poulain